نبذة مختصرة : A experiência de adolescer ocorre em contextos múltiplos mediada pelas posições que o indivíduo ocupa nas estruturas sociais. Objetivamos compreender o papel das interações entre marcadores sociais da diferença, como raça/cor, gênero e classe social, nas relações sociais e afetivas de jovens negras de um bairro popular em Salvador, Bahia, Brasil. Pesquisa qualitativa, recorte de um estudo multicêntrico realizado em cinco cidades do Brasil. Foram incluídos dados de 16 entrevistas e de um grupo focal realizados com adolescentes negras de 15 a 19 anos, no período de maio de 2021 a agosto de 2022. A análise do material empírico teve como referencial teórico a interseccionalidade. As vivências das adolescentes negras em espaços de sociabilidade de bairros populares, como os “paredões” e a escola, foram atravessadas pelo racismo, sexismo e discriminação de classe. Já as relações afetivas foram marcadas principalmente pela intersecção entre racismo e sexismo, que pretere e objetifica os corpos femininos negros. Nesse contexto de múltiplos atravessamentos, os espaços coletivos de resistência existentes no território despontam como equipamentos potentes na promoção de consciência racial e de gênero e na discussão de estratégias para a produção da equidade. Nesse contexto, evidencia-se que a intersecção entre os marcadores sociais de raça/cor, gênero e classe social atua na produção de múltiplas opressões contra adolescentes negras e periféricas nesses espaços e experiências afetivas.
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