نبذة مختصرة : Caro leitor, apresento-lhe o texto intitulado “As profissionais do sexo: figurações a respeito da prostituição feminina em Um ramo para Luísa, de José Condé”. Aqui, acredito que o autor faz, para a crítica literária, aquilo que a literatura realiza segundo o ideal apregoado por William Faulkner. Metaforicamente, de acordo com esse escritor, o que a literatura faz é acender “um fósforo no campo no meio da noite” e, mesmo que saibamos que “um fósforo não ilumina quase nada, ele “nos permite ver quanta escuridão existe ao redor.” É justamente essa a percepção que se confirmará diante da leitura das páginas que se seguem, eu garanto. Nesse momento, em que a voz do autor soa plena de conhecimento sobre o tema, é perceptível uma análise sóbria e minuciosa que demonstra o cuidado necessário em relação ao olhar crítico sobre a obra e seus aspectos textuais, fazendo sempre a ponte necessária com os aspectos sociais representados no texto, mas, para além disso, temos, ainda, a percepção do engajamento humano do autor. Em sua análise, salta o que já se percebia em suas escolhas: estamos diante de um autor que entrega tudo e se entrega todo ao seu texto, que se inquieta e nos inquieta ao nos entregar um verdadeiro “grito de alerta” em relação à necessidade de (re)pensar, refletir e (re)visitar nossos conceitos e preconceitos ainda tão presentes numa sociedade cuja hipocrisia ainda reina. Enfim, o presente texto nos inquieta, mas também nos encanta, pois aponta para a necessidade de dar continuidade à luta contra o sufocamento de vozes dos chamados “diferentes” e a encarar nossos medos e receios diante de temas tabus para que possamos desenvolver, mais e mais, o sentimento de empatia tão necessário para nos tornar, de fato, humanos. É um texto mais que necessário, especialmente considerando o contexto de intolerância ao diferente no qual nos encontramos atualmente na nossa sociedade. Por Edilane Bento, doutora em Teoria da Literatura pela UFPE.
No Comments.