نبذة مختصرة : Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) ; A compreensão do papel da mulher como mãe no âmbito social nem sempre remeteu a “algo natural”. O processo de modernização, nos fins do século XVIII e no decorrer do XIX, afetou as funções da mulher burguesa, além também de afetar a dinâmica familiar da mulher da elite rural no Brasil. Maria Firmina dos Reis, na obra Úrsula (1859) expressa os modos como ela, mulher, compreende as dificuldades impostas pelo sistema paternalista brasileiro e experienciada pelas figuras maternas. Nesse encalço, esta pesquisa cumpriu o propósito de depreender, a partir das personagens Mãe de Tancredo e Luiza B., os modos como Maria Firmina dos Reis compreendeu a configuração da mulher maranhense do século XIX dentro, assim, da sufocante dinâmica escravista e patriarcal brasileira. Para analisar as personagens, perseguimos o caminho trilhado por Sidney Chalhoub na obra Machado de Assis historiador (2003), que ao identificar as possibilidades e os limites da literatura como fonte, considera as subjetividades e analogias contidas nas obras machadianas. Em caminhos finais, este trabalho nos auxiliou pensar como os papeis sociais são atribuídos, ou mesmo impostos socialmente dentro de um processo complexo e não linear. Isto é, o que se percebe é que nem sempre à mulher coube a configuração da mãe como ideal ao sexo, pelo contrário, ao papel feminino de ser mãe não se pautava no exercício de cuidar diretamente da criança. Desse modo, esta pesquisa nos conduziu a pensar como o processo de modernização impactou profundamente as tarefas tidas como obrigatórias e “naturais” ao sexo feminino.
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