Avaliação da citotoxicidade do Rio Gravataí, RS

A contaminação aquática representa um dos principais problemas envolvendo a qualidade ambiental, afetando diretamente seres humanos através da ingestão de água e peixes contaminados. Além disso, a presença de poluentes na água reflete em danos ao ecossistema inteiro. O Rio Gravataí está entre os recursos hídricos mais contaminados e poluídos do país, ainda assim, poucos estudos avaliam o efeito biológico das suas águas ou de seus poluentes. Objetivamos, no presente estudo, monitorar a qualidade da água do Rio Gravataí através de análises de citotoxicidade em um modelo alternativo ao uso de animais. Para isso, amostras de água foram coletadas em um ponto amostral considerado menos impactado (P1) e em outro ponto com maior densidade populacional (P2). As amostras foram transportadas ao laboratório sob refrigeração. Raízes do modelo Allium cepa foram bioestimuladas e posteriormente expostas durante 48 horas às amostras coletadas visando identificar possíveis efeitos macro e microscópicos. As três maiores raízes de cada bulbo foram medidas, e lâminas foram preparadas e observadas em microscopia óptica (ampliação de 400x) registrando o número total de células em divisão a cada 1000 células. Não foram observadas diferenças significativas no tamanho macroscópico das raízes. No entanto, o parâmetro denominado índice mitótico revelou uma proliferação celular exacerbada nas raízes de P2 em relação ao grupo controle e ao P1. A alteração quantitativa na taxa de proliferação celular pode indicar a presença de desreguladores endócrinos, por exemplo, e acarretar problemas hormonais ou até mesmo a formação de tumores. Cabe ressaltar, que mais estudos são necessários visando identificar estes poluentes, por exemplo. Palavras-chave: Biomonitoramento; Allium cepa; Índice Mitótico.