نبذة مختصرة : A calçada artística à portuguesa, na continuidade de uma tradição que vinha já dos meados do século XIX, seria um dos elementos cénicos integrados no grande evento da década de 1940, que foi a Exposição do Mundo Português. Os melhores calceteiros são chamados para este evento, não só para elaborar os desenhos que Cottinelli Telmo projetaria para parte dos pavimentos desta exposição, bem como para demostrar, dentro do espírito de uma cultura popular que se enraizava, a distinção da mestria do calcetamento dentro de uma classe operária que deixava uma marca com um certo cunho, também artístico ao gosto do regime. Estava desta forma o Estado Novo a valorizar o legado de um passado, onde gerações se debruçaram a colocar pedras no chão, quer das estradas ou dos passeios, que deste modo, voltava a dar mostras, de forma a de deixar uma “marca” de identidade e legitimação política ao gosto da iconografia do Estado Novo. Embora anónimos, estes artesãos viriam a deixaria um cunho pessoal de de cariz popular no meio das pedras. São marcas de um certo eruditismo intrínseco de uma arte de manipular a pedra que se foi aperfeiçoando. Neste trabalho, procuramos assim, identificar alguns dos sinais de estratégia e valorização de uma arte popular aproveitada pelo Estado Novo e que viria a marcar e impulsionar o desenvolvimento do processo de pavimentação na calçada artística à portuguesa, no qual teria o seu apogeu na Exposição do Mundo Português. Procuramos ainda neste estudo de investigação, elevar este tema para a compreensão de uma matéria que tem sido de alguma forma menosprezada, quer na sua dimensão enquanto cultura popular, como coadjuvante de elemento artístico, a pavimentação em calçada artística no meio urbano e também como elemento de uma arte que se expressa em público. Por sua vez, centramo-nos aqui nesta exposição promovida pelo Estado Novo, pois é aqui que encontramos matéria que não foi aprofundada e de perceber como o próprio Estado acaba por se apoderar de uma cultura popular para passar a sua propaganda numa escala e dimensão nunca antes vista.
نبذة مختصرة : A calçada artística à portuguesa, na continuidade de uma tradição que vinha já dos meados do século XIX, seria um dos elementos cénicos integrados no grande evento da década de 1940, que foi a Exposição do Mundo Português. Os melhores calceteiros são chamados para este evento, não só para elaborar os desenhos que Cottinelli Telmo projetaria para parte dos pavimentos desta exposição, bem como para demostrar, dentro do espírito de uma cultura popular que se enraizava, a distinção da mestria do calcetamento dentro de uma classe operária que deixava uma marca com um certo cunho, também artístico ao gosto do regime. Estava desta forma o Estado Novo a valorizar o legado de um passado, onde gerações se debruçaram a colocar pedras no chão, quer das estradas ou dos passeios, que deste modo, voltava a dar mostras, de forma a de deixar uma “marca” de identidade e legitimação política ao gosto da iconografia do Estado Novo. Embora anónimos, estes artesãos viriam a deixaria um cunho pessoal de de cariz popular no meio das pedras. São marcas de um certo eruditismo intrínseco de uma arte de manipular a pedra que se foi aperfeiçoando. Neste trabalho, procuramos assim, identificar alguns dos sinais de estratégia e valorização de uma arte popular aproveitada pelo Estado Novo e que viria a marcar e impulsionar o desenvolvimento do processo de pavimentação na calçada artística à portuguesa, no qual teria o seu apogeu na Exposição do Mundo Português. Procuramos ainda neste estudo de investigação, elevar este tema para a compreensão de uma matéria que tem sido de alguma forma menosprezada, quer na sua dimensão enquanto cultura popular, como coadjuvante de elemento artístico, a pavimentação em calçada artística no meio urbano e também como elemento de uma arte que se expressa em público. Por sua vez, centramo-nos aqui nesta exposição promovida pelo Estado Novo, pois é aqui que encontramos matéria que não foi aprofundada e de perceber como o próprio Estado acaba por se apoderar de uma cultura popular para passar a sua propaganda numa escala e dimensão nunca antes vista.
The Portuguese-style artistic sidewalk, in the continuity of a tradition that dates back to the mid-19th century, would be one of the scenic elements integrated in the great event of the 1940s, which was the Exhibition of the Portuguese World. The best pavers are called for this event, not only to elaborate the designs that Cottinelli Telmo would project for part of the pavements of this exhibition, as well as to demonstrate, within the spirit of a popular culture that took root, the distinction of paving mastery within a working class that left a mark with a certain stamp, also artistic to the taste of the regime. In this way, the Estado Novo was valuing the legacy of a past, where generations bent on placing stones on the ground, either on the roads or on sidewalks, which in this way showed again, in order to leave a “mark” of identity and political legitimation according to the iconography of the Estado Novo. Although anonymous, these artisans would come to leave a personal stamp of a popular nature among the stones. They are marks of a certain intrinsic eruditism of an art of manipulating the stone that has been perfected. In this work, we try to identify some of the signs of strategy and valorization of popular art used by the Estado Novo and which would mark and drive the development of the paving process on the Portuguese artistic sidewalk, which would have its heyday at the Portuguese World. We also seek in this research study, to raise this theme to understand a subject that has been somewhat neglected, both in its dimension as popular culture, as an adjunct to the artistic element, the pavement in artistic sidewalk in the urban environment and also as an element of an art that expresses itself in public. In turn, we focus here on this exhibition promoted by the Estado Novo, because it is here that we find material that has not been deepened and to understand how the State itself ends up taking over a popular culture to pass its propaganda on a scale and dimension never before seen.
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