LESÕES DE PELE EM IDOSOS INTERNADOS EM SETORES DE CLÍNICAS E NECESSIDADE DE ASSISTÊNCIA

Introdução: Diante do processo de senescência sofremos alterações fisiológicas e morfológicas tegumentares, evidenciando assim fragilidades na pele da pessoa idosa. O processo de hospitalização pode influenciar o aparecimento de lesões, por facilitar situações de fricção, cisalhamento da pele, desidratação, alterações em circulação sanguínea. Dificultando assim a recuperação de idosos e prologando o tempo de internação, afetando diretamente a qualidade de vida nos períodos intra e pós hospitalar. Objetivo: Relatar a ocorrência de lesões de pele em idosos internados em uma instituição hospitalar de ensino brasileira. Método: Estudo descritivo, transversal, de caráter quantitativo, realizado em uma instituição hospitalar pública de ensino do Paraná junto a 164 idosos internados nos setores de clínica médica e cirúrgica, no período de outubro de 2020 a abril de 2021. A coleta de dados foi realizada na beira leito, entre o primeiro e terceiro dia de internamento no setor de clínicas, podendo esses pacientes serem advindos do pronto atendimento ou da unidade de terapia intensiva. A coleta de dados foi realizada por enfermeiras residentes em saúde do idoso, que faziam parte da equipe de atenção gerontógica da instituição. Realizou-se avalição de lesões de pele por meio de inspeção, questionário sociodemográfico e clínico construído especificamente para o cuidado gerontológico hospitalar. Os dados foram tabulados em planilha online e analisados descritivamente. Resultados: A amostra foi composta por 164 idosos, maioria de sexo masculino (52,4%), com idade média de 71,7 anos (60±98anos), casados (46,3%) e residente em municípios divergentes da instituição (58,0%). Ainda, (72,2%) possuíam acompanhantes, (56,7%) dos idosos eram analfabetos ou possuíam ensino fundamental incompleto. Sobre os motivos de internamento, grande parte dos idosos teve entrada na unidade por episódios de trauma/fratura (36,0%), seguido de causas gastrointestinais (16,5%). Do total de idosos, 42,0% apresentava lesões de pele, destas 49,9% referiam-se a feridas operatórias, 33,3% advindas de outras causas como necrose, dermatite, ulcera venosa, skin tears, dermatite associada à incontinência e lesão por pressão. Sobre a necessidade da utilização de curativos especiais, 48,0% das lesões requerem intervenção com curativos e assistência específica da enfermagem. Conclusões: Conclui-se que uma parcela expressiva de idosos apresentaram lesões de pele, das mais diversas etiologia e classificações. As alterações naturais de pele pelas quais a pessoa idosa passa interferem diretamente em sua recuperação em processos de hospitalização, eis que se estabelece a importância em notificação, elaboração e aplicabilidade de intervenções que visem ações multiprofissionais. Estratégias promovidas em conjunto com a Fisioterapia e Educação Física para o fortalecimento da musculatura, estímulos a movimentação, intervenções da equipe de Enfermagem na mudança de decúbito a cada duas horas, hidratação da pele, verificação da circulação, avaliação médica, avaliação de nutricionistas proporcionando uma nutrição adequada.