Capacidade funcional e qualidade de vida de adultos e idosos com feridas crônicas

Introdução: As feridas crônicas afetam a população em geral e comprometem negativamente a qualidade de vida e geram impactos biopsicossociais. Objetivo: Analisar a associação entre a capacidade funcional e a qualidade de vida de adultos e idosos com feridas crônicas. Métodos: Estudo transversal com 135 acometidas por feridas crônicas cadastradas nos serviços de atenção primária à saúde de um município de Minas Gerais, Brasil. Para a coleta de dados realizada no período de 2017 a 2018, utilizaram-se os instrumentos i) Cardiff Wound Impact Schedule que foi traduzido, adaptado culturalmente e validado para a língua portuguesa do Brasil; ii) Índice de Katz e iii) questionário sociodemográfico com informações sobre o perfil de saúde/doença e características das feridas. Resultados: Houve predomínio de participantes do sexo feminino (59,3%), com idade acima de 60 anos (70,4%) e até 4 anos de estudo (72,6%). No questionário Cardiff Wound Impact Schedule, o domínio com menor pontuação foi o de bem-estar (média 45,6 ± 18,2). Na avaliação da funcionalidade realizada por meio do Índice de Katz, destaca-se que 30 (22,2%) pessoas foram consideradas dependentes para tomar banho e 33 (24,4%) necessitavam de ajuda para se locomover. Houve associação estatisticamente significativa entre as seguintes variáveis independentes do Índice de Katz e do Cardiff Wound Impact Schedule para “vida social” e “banho”, “vida social” e “vestir-se”, “vida social” e “higiene pessoal”, “vida social” e “locomoção”, “vida social” e “alimentação”, “sintomas físicos e vida diária” e “vestir-se”, “bem-estar” e “continência”. Conclusão: A incapacidade funcional está associada à diminuição da qualidade de vida de adultos e idosos com feridas crônicas.