نبذة مختصرة : Na continuidade de estudos versando entre palavras, sons e imagens nos anos 1960 e 1970 e sobre experimentalismos no panorama musical português, propõe-se uma leitura de obras específicas de Salette Tavares em diálogo com outros ‘experimentadores artísticos’: Jorge Peixinho, Ana Hatherly ou Anna Maria Maiolino. Vai-se, pois, ao encontro do conceito formulado por José Ernesto de Sousa de ‘operadores estéticos’ (1969) e pensando as afinidades entre linguagens demonstrativas de solidez identitária. Salette Tavares participou no Concerto e Audição Pictórica (1965) ação determinante no panorama português. A articulação entre as imagens dos sons/escrita das palavras propagou atos que se repercutem nos públicos. As palavras são imagens que são sons que são atos coreográficos. E o reverso é permutável, pois a Arte é um jogo – Schiller e Gadamer dixit. No universo estético da poeta-visual-esteta identificam-se propostas notações/sons, sugerem-se composições verbivocovisuais, reflete-se acerca da configuração viso-sígnica destas escritas/sonoridades/movimentações reificadas, potencialmente música intuitiva, dinamismos mentais e admitindo a dimensão háptica que as perpassa. Olhar/ler/ouvir proporciona vivências de completude, convoca presenças e fruições. A obra de Salette Tavares propicia experiências estéticas de desocultamento, evidenciando sinais de plenitude, contribuindo para vivências estéticas educacionais, quiçá ‘desinteressadas’, parafraseando Kant.
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