نبذة مختصرة : Usando como pano de fundo uma fantasia distópica situada temporalmente algures no início do terceiro milénio, a obra de Barnes partilha com muitos romances britânicos recentes, bem como com trabalhos das áreas da história cultural e da crítica literária (Easthope), a atracção pela anglicidade, ou melhor, pelos mitos, tradições e atitudes consideradas “tipicamente” inglesas. Sátira à indústria do património (Hewison) e meditação sobre as memórias histórica e pessoal, o romance England, England constitui uma reflexão sobre a convivência da nação inglesa com o passado, sobre o processo de recordação criativa e selectiva denominada invenção da tradição (Hobsbawm e Ranger), no fundo, sobre a problemática da anglicidade e da autenticidade. No âmbito deste ensaio, o enfoque recairá sobre a representação que England, England tece de uma nação que, sob a forma de parque temático histórico, transacciona único recurso economicamente viável de um Império fragmentado: o passado. Assim, entendendo cultura enquanto manifestação comum traduzível em práticas colectivas significativas (Williams 6, Said xvii), analisaremos como a cultura inglesa se reinventa através da valorização pública, sob a forma de património nacional, do passado. Qual é o sentido de património que serve de base à obra de Barnes? A resposta a esta interrogação constituirá o objecto da primeira parte deste artigo, onde pretendemos colocar questões baseadas numa matriz teórica em que se articulam anglicidade e património, bem como autenticidade e memória. Ao incorporar mitos e lendas do passado cultural inglês, o romance explora o processo de invenção da tradição que intervém em qualquer retrato da memória e da identidade nacionais. Assim, numa segunda parte do artigo, salientando a relação entre autêntico e réplica, examinaremos como são desconstruídas em England, England a noção de autenticidade histórica e, através da paródia, a tradição inventada conhecida como anglicidade. ; info:eu-repo/semantics/publishedVersion
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