Currículo e aprendizagem da matemática: um estudo no 1º ciclo do ensino secundário em Benguela, Angola ; Curriculum and learning of mathematics: a study in the 1st cycle of secondary education in Benguela, Angola

Tese de Doutoramento em Ciências da Educação (Área de especialização em Desenvolvimento Curricular) ; As práticas profissionais dos professores continuam a ganhar protagonismo nos estudos sobre o desenvolvimento curricular em Educação para aferir a qualidade do ensino e, consequentemente, a proficiência dos alunos. Constituem, também, o reflexo das aprendizagens previstas no currículo. Deste modo, tendo em atenção, por um lado, as debilidades que os alunos apresentam no processo de ensino-aprendizagem da Matemática e, por outro lado, a influência que as conceções e as práticas profissionais dos professores têm sobre as aprendizagens dos alunos, considerámos oportuna a formulação do seguinte problema de investigação: Será que as conceções e as práticas profissionais de professores de Matemática da 9.ª classe, do 1.º Ciclo do Ensino Secundário, no município de Benguela, favorecem as aprendizagens previstas no currículo? Para responder ao problema de investigação procuramos caraterizar as conceções e as práticas profissionais de professores de Matemática da 9.ª classe, do 1.º Ciclo do Ensino Secundário (1.º CES), no município de Benguela, em Angola, quanto às aprendizagens previstas no currículo, bem como, ouvir as opiniões dos alunos sobre as estratégias de ensino-aprendizagem utilizadas nas aulas. A metodologia adotada insere-se no paradigma interpretativo e foi concretizada através da realização de dois estudos de caso (professores de Matemática da 9.ª classe), em diferentes escolas e Zonas de Intervenção Pedagógica. Os resultados obtidos permitiram-nos concluir que: (i) os professores favorecem mais as aprendizagens curriculares da área do saber e menos do saber-fazer e do saber-ser; (ii) realizam mais tarefas do tipo exercícios e menos da resolução de problemas; (iii) prestam mais atenção aos conteúdos e menos ao envolvimento do aluno na construção do conhecimento, numa lógica, mais de orientação tradicional do que numa perspetiva contextualizada; (iv) os recursos materiais de que dispõem são exíguos para uma ...