نبذة مختصرة : O presente resumo é parte integrante de uma pesquisa em História Social, com ênfase em História da Alimentação. Em sua primeira parte, citando as justificativas ideológicas, teológicas, culturais e sociais que naturalizam a matança e o consumo de seres sencientes, o trabalho demonstra que a atual configuração do mundo ocidental é, além de racista ou sexista, antropocêntrica e especista – sobretudo nos hábitos alimentares. Já o capítulo subsequente do trabalho resgata a histórica, porém desconhecida, relação entre feminismo, veganismo e direitos animais, salientando como a sociedade patriarcal associa dominância, masculinidade e força ao ato de comer carne, ao passo que vê nos alimentos vegetais elementos feminilizantes. As mulheres, por serem consideradas cidadãs de segunda classe, comem alimentos também considerados de segunda classe: grãos, folhas, frutas, verduras. Neste sentido, tem-se que consumo de carne revela distinções não apenas de classe, mas também de gênero e de raça. A aproximação entre especismo, sexismo e racismo está cada vez mais evidente dentro da teoria feminista-vegana; afinal, em um mundo dominado pelo masculino, fêmeas humanas e não humanas são tidas como objetos e não como sujeitos. Corpos de mulheres são consumidos visualmente; de animais, literalmente. A partir de uma perspectiva ecossocialista, antiespecista e anticapitalista, a terceira parte do trabalho visa a outro resgate: o caráter político do movimento vegano que, nos últimos anos, vem sendo cooptado pelo sistema econômico vigente. Historicamente, o veganismo, em sua forma politizada, mostra-se um movimento social pulsante; hoje – considerando a conjuntura de estafa ambiental, insegurança alimentar, liberação desenfreada de agrotóxicos e mercantilização da vida, seja ela humana ou não humana –, o veganismo emerge como uma ferramenta ativa na construção de um mundo igualitário para as multiespécies nele existentes. Portanto, o veganismo extrapola a definição de dieta ou de ...
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