نبذة مختصرة : Dissertação de Mestrado em Antropologia Médica e Saúde Global apresentada à Faculdade de Ciências e Tecnologia ; A violência doméstica, particularmente aquela que tem a mulher como vítima do seu parceiro íntimo continua a constituir na atualidade um problema de saúde pública, tornando-se necessário que durante o seu estudo seja entendida não só como um dado epidemiológico, mas também como um fenómeno com cariz e contexto social, com raízes em crenças e tradições culturalmente estabelecidas nos meios sociais e familiares em que ocorre. Para além da abordagem teórica sobre a possível origem e disseminação da estrutura social que é o patriarcado, a sua evolução e a correlação deste com a história e conceptualização da violência do homem sobre a mulher, foi realizada uma avaliação social e demográfica da violência doméstica contra a mulher. Numa primeira abordagem estudou-se a prevalência do fenómeno no território português, analisando-se em seguida a relação entre a mesma e indicadores socioeconómicos de condições de vida da população., tendo-se revelado que a variação da percentagem de beneficiários do Rendimento Social de Inserção, do Rendimento Mínimo Garantido e o ratio habitantes por médico, podem ser utilizadas como preditores de violência doméstica. Na segunda abordagem, tentou-se investigar a perceção que os perpetradores de violência contra a parceira íntima têm acerca dos seus atos, tentando estabelecer-se os principais fatores e construções sociais que podem influenciar o fenómeno. Relativamente à análise da amostra revelou-se a existência de alguns fatores mais influentes, tais como a ocorrência de maus-tratos durante a infância, o consumo de substâncias, a existência ou desconfiança de infidelidade da mulher e a existência de uma cultura patriarcal associada a uma cultura de tolerância da violência contra a mulher. ; Domestic violence, particularly the one that has the woman as the victim of her intimate partner, still constitutes a public health problem, becoming necessary, during its study to be ...
No Comments.