Efeito das mudanças climáticas no desembarque pesqueiro da tainha (Mugil liza Valenciennes, 1836) ; Climate changes on the fishing landing of mullet (Mugil liza Valenciennes, 1836)

As tainhas (Mugil Liza Valenciennes, 1836) são peixes encontrados em toda costa brasileira. Essa espécie tem a maior parte de seu ciclo de vida em estuários e lagoas costeiras, e quando atingem a maturidade, elas migram em direção ao oceano para reprodução e a desova. Variáveis oceanográficas como temperatura da água, vento, corrente e a salinidade são considerados os principais gatilhos para que comece a migração. A temporada de pesca é realizada na época migração reprodutiva, que apresenta um grande valor socioeconômico para o Sul do Brasil. Durante décadas a tainha é considerada sobre explotada. Em vista do atual cenário avaliado para o estoque da M. liza, paralelamente às mudanças das condições ambientais devido as variações climáticas, o presente trabalho adotou como hipótese que existe efeitos das mudanças climáticas sobre o desembarque da pesca da tainha. Para análise, foram extraídos dados da pesca industrial da Pró-Reitoria de Pesquisa da UNIVALI e dados de satélite do COPERNICUS. Um modelo de regressão linear múltipla entre a CPUE da pesca industrial e as variáveis ambientais temperatura, salinidade e representativas de fenômenos climáticos. Anomalia de temperatura para o período de 2000 a 2020 também foi incluída. O modelo revela que não houve uma correlação significativa entre a CPUE da pesca da tainha e os parâmetros ambientais selecionados nos locais que a literatura indica como áreas importante para o ciclo de vida de Mugil liza. Esse resultado sugere que: 1) que o maior motivador das oscilações da safra é a própria pesca ou 2) que as áreas adotadas para a tomada de dados ambientais não são representativas para a espécie. De todo modo, p trabalho contribui para a importância de estudos mais refinados sobre a biologia da espécie, a importância de articulação com o conhecimento tradicional sobre o recurso bem como considerar uma gestão participativa que compreenda as relações do ecossistema como unidade a ser gerida e com os diferentes atores relacionados à este recurso, em especial os pescadores ...