نبذة مختصرة : O acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi) é a primeira causa de morte no mundo e a segunda mais incapacitante. Ocorre devido a uma redução do aporte sanguíneo para uma região cerebral, levando a um decréscimo de oxigênio e glicose nos tecidos, induzindo a uma cascata de eventos que inclui estresse oxidativo e inflamação, culminando com a morte neuronal. A fisetina é um membro do subgrupo flavonol pertencente aos flavonoides encontrada em diversas frutas e vegetais, conhecida por suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. O objetivo deste trabalho foi estudar os efeitos da fisetina sobre o dano neuronal e memória em camundongos submetidos ao modelo experimental de isquemia cerebral focal permanente (pMCAO). Os animais foram divididos entre os grupos falso-operados, isquemiados (pMCAO), isquemiado tratado com fisetina (FIS 10, 30, e 50 mg/kg v.o.). A fisetina foi administrada 3 horas após a indução de pMCAO. Foi realizada a quantificação da área de lesão isquêmica através da coloração com TTC e a avaliação neurológica 24 horas após a indução da pMCAO. A avaliação da atividade locomotora foi realizada 72 h após a pMCAO e a avaliação dos déficits de memória de trabalho, através do labirinto em Y, e da memória aversiva, através do teste de esquiva passiva foram realizados 72 e 96 h após a pMCAO. Os animais isquemiados não apresentaram alteração na atividade locomotora horizontal, porém apresentaram déficit na exploração vertical e a fisetina foi capaz de reverter esse déficit. A fisetina protegeu contra o déficit na memória de trabalho na dose de 50 mg/kg, porém não foi capaz de reverter os déficits de memória aversiva. Os resultados do presente estudo sugerem que a fisetina possui ação de neurorresgate, diminuindo a lesão neuronal, as alterações neurológicas e os déficits de memória causados pela isquemia. Estes efeitos se devem provavelmente à sua ação anti-inflamatória.
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