نبذة مختصرة : Perguntar se uma frase “tem” uma cor específica pode ser considerada uma questão um pouco tola. No entanto, os fenómenos de sinestesia mostram-nos associações inesperadas entre o signifcado e as cores. Assim, a partir de 843 inquéritos realizados em Portugal e Brasil sobre 9 provérbios não diretamente ligados a cor, tentámos perceber a maior ou menor arbitrariedade e aleatoriedade da associação entre cores e estruturas linguísticas de signifcado relativamente autónomo, como os provérbios. Tentou-se, desta forma, verifcar até que ponto se pode encontrar alguma sistematicidade sinestésica no processamento linguístico-cognitivo de associação entre a cor e o signifcado. Os resultados mostram uma sistematicidade inesperada entre o valor que os falantes atribuem aos provérbios e às cores que os mesmos evocam. Os resultados e as últimas investigações sobre os fenómenos da sinestesia levam-nos a defender que, nestes e em similares processamentos linguísticos, frequentemente não há descontinuidade entre os processos metonímicos, metafóricos e sinestésicos. ; The question, whether a sentence “has” a specifc color may be considered rather silly. Synesthesia phenomena, however, show us unexpected associations between linguistic meaning and colors. Hence, based on 843 surveys (conducted in Portugal and Brazil) on 9 proverbs (not causally related to color), we tried to understand the randomness (or lack thereof) of the association between colors and linguistic structures of relatively autonomous meaning such as proverbs. In this way, we tried to verify whether there is any synesthetic systematicity in the linguistic-cognitive process of color-meaning association. Results show an unexpected systematicity between the meaning of the proverbs and the colors they evoke to speakers. Our results and latest research on synesthesia phenomena lead us to argue that in these phenomena, and similar linguistic processes, there is no discontinuity between metonymic, metaphoric and synesthetic processes.
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