نبذة مختصرة : Resumo : Lançada em 1947, A Peste , de Albert Camus, focaliza a mudança que perpassa a vida dos concidadãos de Oran. O aspecto banal da cidade é comutado de maneira abrupta com o surgimento da peste que, transmitida por uma infinidade de ratos, vai aniquilando a população. Para além da representação da epidemia e conforme aponta Shoshana Felman (2000), a narrativa é uma alegoria da morte em massa ocasionada pela Segunda Guerra Mundial. A autora explica, ainda, que o romance dá vasão ao trauma dos europeus que, postos em “quarentena” pela ocupação alemã, lutavam contra o genocídio empreendido pela opressão nazista. A Peste (1947) nos é apresentada pelo médico Bernard Rieux. Este, ao reunir uma série de depoimentos, age como um historiador. Amador, a bem da verdade, mas munido de documentos vários e disposto a reconstituir a história do flagelo que vivenciara. Assim, a exposição do narrador, que é pluriangular, permite uma outra compreensão da dimensão histórica que circunda a catástrofe supracitada. Dito isso, o objetivo deste trabalho é o de evidenciar que a narrativa pode ser lida sob o viés da metaficção historiográfica, porque dispões de artifícios explicativos sobre a sua construção e retrata um momento histórico. Como se sabe, os discursos metaficcionais historiográficos, na pós-modernidade, proporcionam uma transformação epistemológica, porque permitem uma evidenciação heterogênea: dos vencedores e dos vencidos. A história oficial, durante muito tempo, deificou aqueles e relegou estes, marginalizando-os e/ou limitando-os ao silenciamento e, até mesmo, ao apagamento total. Nesse sentido, essas narrativas, cumprindo um papel social, dispõem de um teor revisionista. A análise está apoiada nas ideias de Linda Hutcheon (1991); Shoshana Felman (2000); José Carlos Reis (2000); François Hartog (2013), etc.
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