RELATÓRIO DE ESTÁGIO - Desenvolvimento de Competências Especializadas em Enfermagem na Área da Pessoa em Situação Crítica ; PERCEÇÃO DE DOR EXPERIENCIADA PELO DOENTE RENAL CRÓNICO NO MOMENTO DA CANULAÇÃO DO ACESSO VASCULAR PARA HEMODIÁLISE

A dor na canulação da fístula arteriovenosa é uma problemática persistente nos cuidados de enfermagem ao doente em hemodiálise, com uma prevalência que varia entre 12% a 80% e afeta a qualidade de vida dos doentes renais crónicos em hemodiálise (Kosmadakis et al., 2021). Considerando a Dor o 5º sinal vital, a sua monitorização deve fazer parte do plano de cuidados de enfermagem ao doente renal crónico em hemodiálise (HD), por forma a intervir na sua redução, em doentes que manifestam dor aquando da punção do acesso vascular. Vários estudos têm mostrado que a distração é eficaz no controlo da dor resultante da inserção de agulhas. O objetivo da distração é desviar a concentração do estímulo doloroso, podendo reduzir a ansiedade, o medo e a própria intensidade da dor. A distração, quando realizada adequadamente, promove a libertação de endorfinas, com eficácia na dor aguda (Raghibi et al., 2018). É neste propósito que este estudo pretendeu avaliar a perceção de dor na punção do acesso vascular para hemodiálise com o recurso a estratégia de distração, através de uso de bola anti-stress. Este trabalho assumiu uma responsabilidade na melhoria da qualidade dos cuidados de enfermagem prestados ao doente renal crónico em programa regular de hemodiálise, centrando-se na diminuição da perceção de dor, aumento da qualidade de vida e bem-estar do doente. Do total de participantes (n = 47), vinte eram do sexo feminino e vinte e sete do sexo masculino, com uma média de idades de 65,6 (13,8) anos no grupo de controlo e 69,4 (11,9) no grupo de intervenção, com o tipo de acesso vascular de predomínio fístula arteriovenosa (n = 44) em relação a prótese arteriovenosa (n = 3). Relativamente à perceção de dor, os resultados mostram que em ambos os grupos houve diminuição do nível médio de dor da primeira parte do estudo para a segunda, mas verificou-se uma diferença superior no grupo de intervenção (- 1,23; - 0,51 no grupo de controlo), o que se conclui haver diferenças estatisticamente significativas (p <0,05) no grupo de ...