نبذة مختصرة : Entende-se que o impacto da epilepsia não é determinado apenas pelos aspectos graves e gravidade das crises, mas também por fatores psicológicos e sociais. A imprevisibilidade, o controle ineficaz e o comportamento durante e após as crises convulsivas, podem causar sentimento de culpa, vergonha e dependência, levando as pessoas com epilepsia ao isolamento, o qual reforça o estigma social construído historicamente em torno da doença. Para uma compreensão mais ampla do estado de saúde dessas pessoas, é fundamental realizar uma abordagem holística que atingir seu bem-estar físico, psíquico e social. O objetivo dessa revisão da literatura científica é buscar uma relação entre epilepsia e depressão, evidenciando aspectos que possuem impacto direto na qualidade de vida desses pacientes. Como material e método para pesquisa, buscamos os descritores “epilepsia”, “depressão” e “estigma social” nos bancos de dados bibliográficos Medline, Embase, LILACS e SciELO, além de documentos oficiais. Como resultados, encontramos que aproximadamente 30% das pessoas com epilepsia não desenvolvem aos fármacos antiepilépticos, tornando-se mais vulneráveis aos transtornos depressivos, os quais possuem prevalência variando entre 15% e maior 60%, cerca de 17 vezes que na população geral. Ensaio Clínico que acompanhou 53 crianças com epilepsia do lobo temporal resistente a medicamentos por 5 anos, observou que o grupo cirúrgico teve um aumento significativo no QI e melhor resultado psicossocial. A depressão e a epilepsia podem compartilhar os mecanismos patogenéticos, porém na prática clínica ocorre injustificável em tratar o transtorno de humor. Conclui-se que existe uma relação direta e indireta entre epilepsia e depressão. Portanto, deve-se referenciar precocemente esses pacientes para um centro especializado com equipes multidisciplinares para definir melhores estratégias de tratamento. É necessário promover projetos para orientação da comunidade, diminuir o estigma social, além de oferecer suporte aos familiares, aos quais são pilares fundamentais para o sucesso da abordagem desses pacientes.
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