نبذة مختصرة : A parenética lusitana ganhou força no período das grandes navegações, em que a atuação missionária se justificava em função tanto da criação de um horizonte comum, quanto no fortalecimento da coesão cultural promovida pela cristianização do mundo ocidental. Crônicas de viagem e parenética missionária se fundiram na geração de uma unidade discursiva lusófona ao longo do período moderno. Nas Igrejas, aqueles que nem tinham contato com o mundo de letras, nem acesso às grandes naus, sacavam seus bilhetes de viagem dos sermões que ouviam com atenção. Não obstante, a idealização de novos territórios era partilhada por sermonistas que descreveram cidades inteiras sem nunca tê-las visto. Tal é o caso de algumas orações acerca de Portugal e Brasil, sobretudo no período em que a transferência da corte lusitana para a capital fluminense conformou uma aproximação mais efetiva entre essas duas partes do Império. Nomeado pregador régio por d.João VI, frei Francisco de São Carlos lhe devotou a "Oração de Ação de Graças, recitada no dia 1o de Marco de 1809 na Capela Real, dia de aniversário da feliz chegada de sua alteza real a esta cidade” a d. João VI. Nas palavras do frei uma Lisboa que se desvenda pelas memórias e presença de novas personagens na cena fluminense. Na oração, uma descrição do patrimônio imaterial que representava a sociabilidade da corte e sustentava a manutenção do Antigo Regime. Acerca do alargamento das fronteiras do conhecimento forjado no trânsito lusófono trata a presente apresentação, esta guiada pelas viagens imaginárias à que sermonistas e pregadores transportam a população desses dois lados do Quinto Império.
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