PANDEMIA E TRABALHO: ENTRE A SOCIALIZAÇÃO E A PRECARIEDADE

The article aims to explore the relationship between the pandemic, work and mental health from the family context of eight families living in a city in the interior of Rio Grande do Sul. The methodology was based on semi-structured interviews and content analysis. In all, nine people were interviewed, one father, six mothers and a couple. The results pointed to an increase in job and personal precariousness and insecurity, and to the intensification of financial losses. Telework demonstrated the contradiction between the different roles developed by those responsible, the inadequacy of the domestic space and the overload of the subjects, with women and mothers being the most affected. In addition, the concept of entertainment has changed, with work gaining new nuances and prominence in this context, becoming synonymous with socialization, distraction and normality. Those who managed to maintain work activities had to reinvent themselves and, nevertheless, maintain the quality of performance, sustain income and professional and personal well-being. Feelings of isolation, exhaustion, anxiety, stress and emotional exhaustion increased.
O artigo objetiva explorar a relação entre a pandemia, o trabalho e a saúde mental a partir do contexto familiar de oito famílias moradoras de uma cidade do interior do Rio Grande do Sul. A metodologia foi pautada na entrevista semiestruturada e na análise de conteúdo. Ao todo foram entrevistadas nove pessoas, um pai, seis mães e um casal. Os resultados apontaram para o aumento da precariedade e insegurança laboral e pessoal, e para a intensificação das perdas financeiras. O teletrabalho demonstrou a contradição entre os diferentes papéis desenvolvidos pelos responsáveis, a inadequação do espaço doméstico e a sobrecarga dos sujeitos, com as mulheres e as mães sendo as mais afetadas. Além disso, a concepção de entretenimento se modificou, com o trabalho ganhando novas nuances e destaque nesse âmbito, se tornando sinônimo de socialização, distração e normalidade. Quem conseguiu manter atividades laborais precisou se reinventar e, não obstante, manter a qualidade da performance, sustentar a renda e o bem-estar profissional e pessoal. Desse modo, os sentimentos de isolamento, exaustão, ansiedade, estresse e desgaste emocional aumentaram.